Oi gente,
Hoje vim falar de um assunto que gera muitas dúvidas em vocês, CONSEQUÊNCIA É CASTIGO? Vamos lá.
Para respondermos essa pergunta preciso me adentrar em suas explicações:
Meu querido professor Hélio Guilhardi tem um texto, onde ele faz a seguinte citação:
“A imediaticidade da aplicação da consequência é fundamental: torna o procedimento mais eficiente, fica claro para a criança a relação causal entre a emissão do comportamento inadequado e a perda de privilégios. Na primeira vez que o procedimento for aplicado, pode-se verbalizar o porquê da ação dos pais (“Se você se comporta desta maneira, então merece ficar um tempo sozinho, pensando no que fez”, por exemplo), mas basta uma vez. A criança deve, ela própria, elaborar, nas ocasiões sucessivas, as razões do que está ocorrendo com ela. Como consequência natural…” (GUILHARDI, 2001, p. 2).
Por essa ótica vamos refletir consequência e castigo:
– Castigo:
Objetivo: Controlar o comportamento através da imposição de dor ou sofrimento. Relação com a ação: Pode não ter relação lógica com o ato cometido. Exemplos: Bater, gritar, tirar algo sem relação com a ação, isolar.
Efeitos: Pode gerar medo, ressentimento, rebeldia e prejudicar o desenvolvimento da autoestima e do vínculo com a figura de autoridade.
– Consequência:
Objetivo: Ensinar sobre as consequências das ações, promovendo responsabilidade e aprendizado. Relação com a ação: É o resultado direto e lógico da ação cometida. Exemplos: Se a criança não come, espera até a próxima refeição; se quebra um brinquedo, pode ajudar a consertar ou ficar sem ele; se não guarda os brinquedos, não pode usá-los no momento. A remoção dos privilégios e condições gratificantes, contingente a determinado comportamento, deve ser temporária e a condição removida deve voltar a estar disponível o mais brevemente possível. A aplicação do procedimento deve ser firme: faça o que se propôs a fazer, isto é, retire a atenção, desligue a televisão, conduza a criança para o local em que ela fará o “momento de reflexão” etc.
Efeitos: Promove a autorregulação, a responsabilidade, o aprendizado com os erros e o desenvolvimento de uma voz interior de autocontrole.
Em resumo: castigo e consequência não são as mesmas coisas. O castigo busca controlar o comportamento através da dor, enquanto a consequência busca ensinar a partir da ação da própria criança ou adolescente.
A pessoa que vive sob as consequências de suas ações tem seu repertório de comportamentos adequados fortalecido, apresenta variabilidade aumentada das classes comportamentais adequadas e sentem-se amada.